quarta-feira, 1 de outubro de 2008

NO CAMINHO DO MIRAMAR

Às vezes, quando caminho pelas ruas de Floripa vem-me uma pergunta: que atributo deve ter um casarão (ou casebre), uma praça ou uma esquina párea que mereça ser tratada como patrimônio histórico-social? A mesma pergunta já me incomodou em outros lugares: Ouro Preto, Salvador, Rio Grande, Campinas, entre outros.
Numa das esquinas da Cons. Mafra, próximo à Prefeitura há-havia um casarão desabando em slow-motion. Depois de muitas reclamações, desde o risco de cair em cima de alguém até a acusação de servir de moradia para desocupados e outros marginalizados, embrulharam-no num tapume. Como de um casulo sai uma borboleta, provavelmente, dali surgirá um belo gaveteiro de luxo. Lamentavelmente, não é caso único. Eiras e beiras continuam transformando-se em harmônica plantação de cômodas, destino de quase todas as cidades que crescem.
Não se trata, aqui, de responsabilizar esta ou aquela administração. O casarão da Cons. Mafra está neste processo de desmanche memorial de há muito tempo. Isto, claro, se já não estiver no chão de vez, pois faz algum tempo que não passo por lá. Aliás, torço para que tenha sido restaurado. A questão continua sendo: o que é preciso para que estes imóveis sejam vistos como documentos vivos da cidade, merecedores de carinho e atenção dos seus habitantes? Até quando o
Miramar será transformado naquele canteiro de colunas tristes? Até quando o Senadinho será transformado em Sei-lá-o-quê?

Um comentário:

Anônimo disse...

Abaixo os gaveteiros de Maiamibitch!!! Tudo o que significa e traz sentido à nossa vida deve ser preservado, mas infelizmente... como diz o Chaetano: é a "força da grana que ergue e destrói coisas belas"!!!